domingo, 3 de agosto de 2008

O Cavaleiro Retornou

Passei algum tempo longe. Passei de cavaleiro a forasteiro. De forasteiro a pistoleiro.

De pistoleiro a vagabundo.

Mas então o Rei reconheceu minha nobreza. Nobreza essa que só existe para o Rei, mas Nele eu posso confiar. Nele eu sei que sou Real.

E sou um cavaleiro novamente.

Mas um cavaleiro com outra cabeça. Outra mente e novos desafios. Um cavaleiro que ainda tem que saber se manter dentro da armadura. Realmente aprender a preenchê-la por completo.

A bailarina se foi a algumas semanas. Casou e está feliz. Que seus filhos puxem à ela e já nasçam rodopiando e sendo felizes, ao invés de ser como o pai e sair cantando a parteira e as outras crianças do berçário.

A princesa reapareceu na minha vida, mas não mais no alto do castelo. Aquela torre ela não ocupa mais. Desceu alguns andares e está mais perto do chão. Dessa vez ela já pode correr no pátio e andar pela cidade. Nada muito distante, mas ela dá o jeito dela. Minha princesa continua linda e maravilhosa. O pergaminho que me deu me encheu de alegria. Espero poder mudar meu destino e me fazer digno. É o que todos esperam. Inclusive o Rei.

O Oráculo me incomoda. Ela sabe todas as respostas a todas as perguntas, mas a cada consulta ela parece me vigiar mais. É quem sabe grande parte dos meus segredos e que me deixa mais derrotado. Suas soluções me machucam. Dão certo, mas penso se não haveriam outras formas. Como ela poder ver o passado, presente, e o futuro, penso se não estaria me desviando do caminho de propósito. Talvez sejam apenas minhas divagações, mas tenho vontade de me esconder e não revelar mais nada. Isso pode acabar com nosso relacionamento. Tenho que colocar a espada no chão e pensar. O Oráculo me faz bem. Seria justo?

Rei, me ajude mais uma vez?