quarta-feira, 17 de outubro de 2007

Doce Rosa

Estou sentado. O vento bate com força no meu peito, mas suavemente dedilha pelo meu rosto. Estou no fundo do vale olhando pra cima. A física em nada pode influenciar.

No alto eu sei. Na planície acima de mim vejo Rosa dançando. Na verdade a sinto. Seus pés passam pela grama e deixam pequenos sulcos na relva. Ela dança e se diverte com o vento. Eu estou de costas no vale.

Me ergo e a vejo de longe. Ela sabe que eu estou lá, mas não sei porque não vem até mim.




Agora estou no alto do monte. Sentado no pico com o som de Deus aos meus ouvidos. Ar rarefeito. Dificuldades comigo. Dificuldades com ela. Ali ao fundo ela luta contra seus próprios demônios. Eu desço e tento ajudá-la. Ela não vem a mim. Posso protegê-la. Posso lutar. Eu posso tentar. Ela não se importa. Quer me proteger? Ou acha que há melhores? Ela não diz. Ela não fala.




Eu choro e ela se vai. Meu coração se parte e escorre pra dentro da areia. Ela caminha, pula, luta, corre, foge, voa, ri, chora, e se vai. E eu aqui. Precisando dela. Da Rosa que talvez nunca confie em mim. Da Rosa que talvez nunca venha sentar ao meu lado. Não sem as máscaras muito bem confeccionadas. Não sem os disfarçes bem bolados. É como se nunca fosse minha. Como se nunca quisesse. Como se nunca deixasse. Como se... como se...



Às vezes eu não a entendo. E isso me enche de medo

4 comentários:

Bel, a normal disse...

é, acho que isso é o que o zezé di camargo chamaria de caso complicado de se entender. sabe né? :)

Ana Nogueira Fernandes disse...

A Izabel disse tudo.

Os textos estão realmente muito bons.

Anônimo disse...

Será que é por isso que te acho incrével ? :o
não é só por isso ...
^^
<3

Mel Bueno disse...

ameei.