terça-feira, 16 de setembro de 2008

Morte

Caminho arrastando minha espada. Causando sulcos ao chão. Estou em um deserto muito grande. De manhã o calor é muito intenso e o reflexo do sol na areia pode cegar. As tempestades são fortes e ferem ainda mais os olhos. À noite o frio congela os ossos e os animais podem vir me devorar. As perspectivas de vida não são muito altas por aqui. Ainda mais com esse meu ferimento.

Tive uma luta violenta com uma criatura negra a alguns dias. Veio durante a noite quando me deixei adormecer. Foi um dos meus primeiros erros. Ao abrir os olhos o monstro já subia pelas minhas costas e se preparava pra enfiar seu ferrão em minha cabeça. Acertei-o com meu braço esquerdo, mas ele me mordeu. A dor foi lancinante. Podia sentir o veneno de suas presas passando pelo meu sangue. Meu braço parecia ter sido arrancado, mas ainda estava lá. Com o direito alcancei minha espada e cortei a ligação com a criatura. Ela teve espasmos ao atingir o chão e depois dissolveu. Algo que nunca havia visto. Agora sofro os efeitos de sua arma mortal. Meu braço esquerdo está inutilizado, meu braço direito permanece com a espada ao punho (já que não posso mais sacá-la com a mesma destreza de antes) e minhas pernas tendem a falhar. A visão turva com o calor e minha boca está seca. Desesperada pelo líquido da vida. Não vejo muitas esperanças à minha frente.

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